Inaugura no dia 12 dezembro, pelas 18h30, na galeria do IAC, a exposição Farol, de António Guimarães Ferreira, no âmbito do “Isto é Arte!”
Artista plástico e criador audiovisual, António Guimarães Ferreira (n. 1975) investiga espaços e comunidades, fazeres e estares, numa deriva aberta à poesia e à reflexão.
A exposição inclui trabalhos relacionados com a povoação algarvia de Farol, situada no extremo sudoeste da Ilha da Culatra, onde não mais de 20 habitantes ali residem de forma permanente. O loteamento urbanístico constituiu-se na década de 1950 em redor do Farol de Santa Maria, edificado em 1851, que permanece em funcionamento. Em 1987, o território foi integrado no Parque Natural da Ria Formosa que tem como objetivos primeiros a proteção e a conservação do sistema lagunar, nomeadamente da sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias, e respetivos habitats. Assim, os vídeos, instalações e peças sonoras “Loraf”, “Farol”, “Entrevista a A. M. – Avós, Meditação, Pontos de Energia, OVNI’S, Legal vs. Ilegal, Farol, Nível Médio da Água do Mar, Liberdade” e “Entrevista a A. M. – Construção do molho, Fotografias” relacionam-se com diferentes aspetos da vida, do urbanismo, do turismo e de outras questões que se colocam aos habitantes daquele lugar e daquela ilha, nomeadamente das relações e afinidades que contribuem para a construção de uma identidade própria num território muito específico, onde se levam a cabo ações que frequentemente questionam os limites dos códigos de coexistência próxima, da legalidade e do espaço público e privado.
Entre 2016 e 2018, o artista trabalhou numa casa desabitada em Algés, explorando, através da escultura, instalação ou performance, uma prática de intimidade com um espaço concreto e os objetos nele contidos. Desenvolve o projeto “Enxerto”, em parceria com Rui Gueifão, onde a partir de ações de recolha, transporte e incorporação de materiais, ensaiam construções, provocações e intervenções que recontextualizam o espaço e sua relação com quem o utiliza. Juntos, apresentaram trabalho em 2017 em Lisboa - Prédio de uma Chinesa e Plano Lisboa - em Aljustrel / Ourique no âmbito do Festival de Artes Performativas Atalaia, e na Bienal de Vila Nova de Cerveira do mesmo ano.
Individualmente, apresentou as exposições "Cenário para uma tragédia em três actos” (MOB, 2015), “no ghosts” (Moradia, 2018) e “Visão Monocular” (Atelier Concorde, 2019). Em conjunto com outros artistas, expôs em Lisboa, na Terceira e em Jaipur, Índia. Participou em residências em Portugal, Índia e Coreia do Sul.