A obra “Viagens Geológicas aos Açores”, de Ferdinand A. Fouqué, editada pelo Instituto Açoriano de Cultura, será apresentada no Museu da Graciosa, pelo diretor Jorge Cunha, a 15 de maio, pelas 21h00. No âmbito deste evento decorrerá, no dia seguinte (16 de maio), pelas 10h, um Roteiro Geocultural orientado pela professora Lurdes Cunha.
Obra relevante sobre a história natural do arquipélago, pela primeira vez traduzida para a nossa língua, “Viagens Geológicas aos Açores” constitui não só uma interessante descrição sobre os aspetos morfológicos das diferentes ilhas do arquipélago, como um precioso relato das características físicas e do labor das gentes oitocentistas açorianas, com importantes notas sobre a geologia, botânica e etnografia das ilhas que visitou, nomeadamente da Graciosa.
A obra, bilingue (português e francês), integra a coleção “Clássicos dos Açores”, que visa dar a conhecer textos relevantes de visitantes ou de autores regionais sobre diferentes aspetos do património natural ou cultural das nossas ilhas, constitui também uma importante ferramenta para o público escolar perceber a evolução dos estudos sobre a natureza, a história, a geografia e a cultura dos Açores.
Ferdinand A. Fouqué (1828-1904) formou-se em Medicina e dedicou-se, depois, à vulcanologia. O seu interesse pelos fenómenos sísmicos e vulcânicos levou-o a participar e organizar muitas expedições científicas, nomeadamente as erupções do Vesúvio, Etna, Santorini e, em 1867, a erupção submarina ao largo da Serreta, na ilha Terceira. Professor de História Natural do Collège de France, membro e presidente da Academia das Ciências, tem o seu nome numa das caldeiras da ilha de Reunião, no vulcão ativo Piton de la Fournaise, o Enclos Fouqué. Publicou diversas obras, de entre as quais se destacam, Les eaux thermales de l'île de San-Miguel (Açores) Portugal (1873); Santorin et ses éruptions e Roches éruptives françaises (ambos em 1879); Synthèse des minéraux et des roches (1885) e Les Tremblements de terre (1888).
José António Medeiros Borges e Cunha (n. Horta) reside desde criança na Graciosa onde exerce o cargo de Diretor do Museu da Graciosa. É licenciado em História, Pós-graduado e Mestre Pré-Bolonha em Património, Museologia e Desenvolvimento pela Universidade dos Açores. Há mais de três décadas que tem tido uma participação ativa na comunidade graciosense, no estudo, preservação e divulgação do património cultural imaterial e na promoção de eventos sócioculturais. É autor de várias monografias, artigos e livros. Apresentou diversos trabalhos e conferências em Portugal e no estrangeiro (Espanha, EUA, Canada e Brasil), nas áreas sócioculturais. Colabora regularmente com jornais e programas radiofónicos e televisivos sobre assuntos da sua especialidade. Em 2006 e 2016, nas V e XV Galas do Desporto Açoriano foi condecorado pelo Governo Regional dos Açores na categoria «Personalidades», como dirigente com mais de 20 e 30 anos, respetivamente, dedicados à causa desportiva.